Onde estão os melhores advogados do Brasil?
Ceará é o Estado com advogados mais preparados, se consideramos o índice de aprovação no exame da Ordem. Seis de cada 10 bacharéis aprovam a avaliação. Amapá tem o pior desempenho, 33%.
Os dados são de estudo da Fundação Getúlio Vargas (FGV), que analisou os resultados das últimas nove edições. Os segundo e terceiro colocados no ranking da instituição são Rio Grande do Sul, com 51,2% de aprovação, e Minas Gerais, com 50,6%. Evidentemente, não se trata de generalizar e tentar explicar a eficiência do profissional de direito com o desempenho em uma única avaliação. Porém, é um começo de diferenciação, que acaba provocando reflexões ainda mais profundas, tais como a evidência da precariedade do ensino jurídico em diversas regiões do país.
Segundo a OAB, os piores desempenhos no exame da Ordem não podem ser separados da existência, nos referidos Estados, de faculdades e universidades com qualidade insatisfatória, que acabam oferecendo aos alunos um ensino e uma formação deficientes. De acordo com o levantamento da FGV, Amapá obteve o pior desempenho, com apenas 33,3% de aprovação. Os três piores colocados do ranking são Estados da Região Norte, tendo a participação do Amazonas (34,8%) e Rondônia (36,7%).
A OAB continua defendendo o exame como uma forma de proteger o cidadão, que pode ter garantias da qualificação do profissional escolhido.
O Brasil é o país com maior número de faculdades de direito de todo o mundo, superando a China ou a soma das instituições de todos os países da Europa. por exemplo. Desde março do ano passado, o Ministério da Educação vetou a abertura de novos cursos no país, a fim de priorizar a adequação dos que já existem. Segundo a OAB, a medida é positiva. Nesse sentido as mudanças no exame da Ordem têm muito que contribuir.
Exigido desde 1994 para atuar com a advocacia, o exame da Ordem foi unificado em 2008, ou seja, é aplicado um único exame em todo o país desde então. Para a OAB, é exatamente essa unificação que confere a capacidade de poder mostrar as deficiências das instituições participantes, já que demonstra se o candidato é capaz ou não de advogar numa determinada matéria.
Atualmente, além de conhecimentos sobre o estatuto da OAB, são avaliadas 16 áreas do direito. O feedback permite às próprias instituições de ensino priorizar e centrar suas ações de melhoria nas áreas mais deficientes.