Onde estão os melhores advogados do Brasil?

Ceará é o Estado com advogados mais preparados, se consideramos o índice de aprovação no exame da Ordem. Seis de cada 10 bacharéis aprovam a avaliação. Amapá tem o pior desempenho, 33%.

10 MAR 2014 · Leitura: min.
Fundação Getúlio Vargas analisou os resultados das últimas nove edições do exame da Ordem
Se o exame da Ordem de Advogados do Brasil (OAB) sempre serviu de indicativo de qualidade profissional, as últimas edições da avaliação colocam o Ceará como o Estado melhor qualificado, onde praticamente seis de cada dez bacharéis em direito que participam do exame saem aprovados.

Os dados são de estudo da Fundação Getúlio Vargas (FGV), que analisou os resultados das últimas nove edições. Os segundo e terceiro colocados no ranking da instituição são Rio Grande do Sul, com 51,2% de aprovação, e Minas Gerais, com 50,6%. Evidentemente, não se trata de generalizar e tentar explicar a eficiência do profissional de direito com o desempenho em uma única avaliação. Porém, é um começo de diferenciação, que acaba provocando reflexões ainda mais profundas, tais como a evidência da precariedade do ensino jurídico em diversas regiões do país.

Segundo a OAB, os piores desempenhos no exame da Ordem não podem ser separados da existência, nos referidos Estados, de faculdades e universidades com qualidade insatisfatória, que acabam oferecendo aos alunos um ensino e uma formação deficientes. De acordo com o levantamento da FGV, Amapá obteve o pior desempenho, com apenas 33,3% de aprovação. Os três piores colocados do ranking são Estados da Região Norte, tendo a participação do Amazonas (34,8%) e Rondônia (36,7%).

A OAB continua defendendo o exame como uma forma de proteger o cidadão, que pode ter garantias da qualificação do profissional escolhido.

No topo das estatísticas

O Brasil é o país com maior número de faculdades de direito de todo o mundo, superando a China ou a soma das instituições de todos os países da Europa. por exemplo. Desde março do ano passado, o Ministério da Educação vetou a abertura de novos cursos no país, a fim de priorizar a adequação dos que já existem. Segundo a OAB, a medida é positiva. Nesse sentido as mudanças no exame da Ordem têm muito que contribuir.

Exigido desde 1994 para atuar com a advocacia, o exame da Ordem foi unificado em 2008, ou seja, é aplicado um único exame em todo o país desde então. Para a OAB, é exatamente essa unificação que confere a capacidade de poder mostrar as deficiências das instituições participantes, já que demonstra se o candidato é capaz ou não de advogar numa determinada matéria.

Atualmente, além de conhecimentos sobre o estatuto da OAB, são avaliadas 16 áreas do direito. O feedback permite às próprias instituições de ensino priorizar e centrar suas ações de melhoria nas áreas mais deficientes.

Foto: por albertogp123 (Flickr)
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