Quando é legal fazer um aborto no Brasil
Apesar de ser considerado crime no Brasil, o aborto é legal em alguns casos. Veja em que situações a lei ampara as mulheres que decidem interromper a gestação.
Aborto é um tema que divide opiniões, não só no Brasil, mas em vários países. Quem condena a prática, apoia-se em argumentos como direito à vida, prevenção da gravidez e, ainda, em questões morais e religiosas. Quem é a favor do aborto, defende, sobretudo, o direito à decisão da mulher.
No Brasil, o aborto é crime, descrito nos artigos 124 a 128 do Código Penal Brasileiro. A punição é detenção de 1 a 10 anos, variando se a própria gestante realizar o aborto (autoaborto) ou se for provocado por terceiros, com ou sem o consentimento da gestante. No entanto, o aborto é considerado legal em 3 situações:
- em caso de estupro
- quando a gestante corre risco de vida
- se o feto for anencéfalo (não possuir cérebro)
As vítimas de estupro podem, pela lei, interromper a gravidez até a 20ª semana de gestação e o feto deve pesar até 500g. Não é necessário fazer exame de delito ou apresentar boletim de ocorrência. É direito da mulher receber atendimento imediato, médico e psicológico, em uma unidade da rede pública de saúde. No caso de uma violência recente, além de receber tratamento e medicamentos contra doenças sexualmente transmissíveis, a mulher toma a pílula do dia seguinte e tem informações sobre seus direitos e os serviços de saúde que tem à sua disposição.
Quando a gestante corre risco de vida, deve receber atendimento e informação do serviço público de saúde sobre as complicações da gravidez e suas consequências. É a gestante quem avalia e decide se continua ou não com a gravidez, informando sua decisão por escrito.
Por último, se for constatada a anencefalia, a gestante tem direito à antecipação terapêutica do parto, já que se trata de uma doença sem tratamento e fatal em 100% dos casos. Assim mesmo, a gestante pode decidir se continua com a gravidez ou não. Se decidir interrompê-la, não é necessário apresentar autorização judicial.
Lei X realidade
Analisando os casos acima, entende-se que a mulher pode fazer valer seus direitos, amparada pela legislação brasileira. Mas a realidade não é bem essa. O primeiro fator que acaba impedindo que a mulher tenha direito ao aborto, quando considerado legal, é a falta de informação. Muitas mulheres vítimas de violência sexual e que engravidam, desconhecem seus direitos, levando a gestação adiante contra sua vontade. Outras, realizam o aborto em clínicas clandestinas ou mesmo por conta própria, o que pode causar sequelas graves à mulher e, em casos mais complicados, sua morte.
Também é preciso considerar que muitos estupros são realizados por pessoas próximas à vítima, como tio, irmão, padrasto e cunhado. Nesses casos, a mulher pode se sentir envergonhada em pedir ajuda e, inclusive, ser ameaçada pelo agressor ou pela própria família.
Outro entrave para o aborto dentro da legislação, é a própria falta de assistência pelas unidades que deveriam prestar o atendimento à mulher que deseja interromper a gestação. Mesmo não necessitando de boletim de ocorrência ou determinação judicial, há delegacias da mulher e centro de referência que exigem esses documentos para prosseguir com o aborto.
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Fotos: MundoAdvogados.com.br
Sou de Fortaleza, estou apenas com 1 semana de gestação mas meu esposo há 2 anos fez vastomia e depois de 10 meses de relacionamento estou grávida, mas veja à parte pior que seu médico que fez sua cirurgia falou que ele não engravidaria ou se acontecesse a criança nasceria retardado com problemas metal então esse é nosso maior medo! Quero interromper esse início de gestação.Algum advogado pra mim ajudar,ou uma orientação no que devo fazer? Porfavor
Olá sou Maria e estou grávida de um estrupador já tentei me matar já procurei o hospital e mandaram eu fazer um BO para enterromper a gestação mais tenho medo fui ameaçada o estripador falou que mataria meus filhos se eu denuncia ele
Bom dia. Estou grávida de um estupro. Não sei como proceder , pois tenho medo procurar um hospital e ser mal tratada. Já estou imensamente abalada. Preciso de ajuda!
Eu gostei do artigo, bem explicativo... Eu mesmo sou defensor da descriminalização do aborto desde que ocorra nas primeiras 14 semanas, já que neste período o feto ainda não desenvolveu terminações nervosas.