Aposentadoria no Brasil: problemas para o futuro
No Brasil, 15% das pessoas com mais de 65 anos não têm aposentadoria. Entenda qual é a realidade do benefício em nosso país e saiba o que pensam os especialistas no assunto.
Você já deve saber que a realidade da aposentadoria no Brasil não é muito promissora. Para se ter ideia, quase metade dos idosos recebem menos de um salário mínimo, ou seja, entre R$ 290 e R$ 720 por mês de benefício. Além disso, atualmente, 15% das pessoas com mais de 65 anos não têm aposentadoria.
É importante ressaltar também que o crescimento da população idosa continua sendo uma tendência, paralela à uma maior expectativa de vida. Segundo um estudo do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), em 2050, o número de idosos com mais de 65 anos será 4 vezes maior.
A consequência direta é mais gastos com a Previdência. Porém, em contrapartida, há uma diminuição da população jovem e redução nas taxas de natalidade. O BID indica que, atualmente, contamos com 10 trabalhadores potenciais para cada aposentado, porém, em 2050, serão apenas 3 trabalhadores para cada aposentado.
Diante deste quando, especialistas defendem a necessidade de uma reforma previdenciária. Enquanto ela não vêm, uma alternativa pode ser apostar pela previdência privada.
Previdência privada como investimento
Quem trabalha com o setor previdenciário costuma recomendar ao cliente a contratação de uma previdência privada, como forma de complementar a futura aposentadoria. As vantagens deste tipo de investimento seriam:
- funciona como um incentivador para poupar, já que você destina uma quantia fixa por mês
- é possível fazer a portabilidade do seu investimento se a instituição financeira não estiver garantindo bons rendimentos
- conseguir benefício fiscal no Imposto de Renda ao declarar com formulário completo
- poder solicitar o resgate total ao final do plano ou pedir retiradas mensais
Mas nem tudo é positivo. As taxas de administração podem afetar a rentabilidade do seu plano de previdência privada. Além do mais, é preciso redobrar o cuidado com a escolha do perfil do investimento e também a instituição financeira, para evitar opções pouco vantajosas e entidades que supõem risco por quebra.
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Entendendo melhor o fator previdenciário
Este é um tema muito discutido quando se fala de aposentadoria e nas perspectivas de futuro. A advogada especializada em direito previdenciário, Vilma Pereira de Assunção Marques, explica que o fator previdenciário faz parte do cálculo do benefício a ser recebido pelo aposentado e leva em consideração a idade da pessoa, o tempo de contribuição, a expectativa de vida e a média dos 80% maiores salários de contribuição desde 1994.
Na prática, o fator prejudica o beneficiário que opta pela aposentadoria por tempo de contribuição, pois reduz o valor do benefício. Para a advogada, aqui está um dos problemas a serem solucionados pelo sistema previdenciário:
“A previdência deveria procurar um equilíbrio para que o cidadão que contribuiu todo o período (de 30 ou 35 anos) não fosse prejudicado, independente da sua idade. A meu ver, o cidadão não deveria ter seu benefício descontado pelo fator, pois cumpriu com o requisito de contribuir por um tempo exigido pela própria previdência."
O impacto dos jovens que não se planejam
Outra estatística importante é que boa parte dos brasileiros não se planeja para a velhice. Estima-se que, em 2050, teremos entre 15 e 22 milhões de pessoas que não terão economizado para a aposentadoria.
Por isso, Vilma Pereira chama atenção para a necessidade de uma educação previdenciária, fundamental para conscientizar os jovens sobre a importância de planejar.
“Hoje os cidadãos não conhecem seus direitos, muito menos seus deveres. Muitos destes que trabalham a maior parte do tempo na informalidade, sem fazer recolhimento algum à previdência, só tomam conhecimento dos deveres, quando se deparam diante da necessidade da aposentadoria."
Por isso, para garantir uma velhice mais tranquila, a resposta dos especialistas é unânime: planejamento. Seja qual for o valor da sua contribuição, você pode, a partir daí, estruturar um plano a longo prazo e garantir uma aposentadoria mais confortável.
“Não basta apenas se preocupar com o planejamento previdenciário público, mas também planejar uma previdência privada. Esta segunda irá complementar a renda do aposentado", sugere a advogada.
Fotos por ordem de aparição: Roberto Ortega e alamosbasement (Flickr)
Boa Tarde!Eu planejo contabilizar economicamente minhas Finanças constantemente. Grato! Romel