Dilma sofre impeachment e Temer é presidente
Com 61 votos a favor, o impeachment de Dilma Rousseff foi concretizado na tarde de ontem, após um processo de votação que durou mais de 70 horas. Michel Temer é o novo presidente do país.
Por uma maioria esmagadora, Dilma Vana Rousseff foi definitivamente afastada da Presidência da República na tarde de ontem. A sessão no Senado para julgar a aplicabilidade do impeachment terminou às 13h30, com 61 senadores votando a favor da perda do mandato de Dilma.
Michel Temer assumiu oficialmente o cargo cerca de três horas depois, sendo empossado presidente do Brasil até 2018, quando estão previstas novas eleições. O julgamento do impeachment durou 73 horas e contou com a participação de testemunhas, advogados da defesa e acusação e com quase 13 horas de depoimento de Dilma Rousseff. A votação não teve abstenções. O placar final foi 20 votos contra e 61 a favor.
A surpresa da jornada foi a divisão da votação em dois turnos, um para julgar o impeachment da presidente e outro para determinar sua ilegibilidade pelos próximos oito anos, ambas as votações necessitando de maioria de dois terços (54 votos).
No último caso, o placar foi bastante mais equilibrado. Três senadores se abstiveram de votar, 42 foram a favor da inabilitação de Dilma e 36 contra. Desta forma, Dilma poderá ocupar funções públicas e, inclusive, ser candidata nas próximas eleições. O resultado desagradou boa parte da base governista, que promete recorrer da decisão.
Repercussão do impeachment
Num país dividido, como era de se esperar, as reações à decisão dos senadores foram de apoio e rechaço. Na Avenida Paulista, manifestantes a favor do impeachment celebraram o resultado com bolo e champanhe. Aqueles que classificam a votação de ontem como golpe parlamentar, prometeram uma oposição incansável ao atual governo, com manifestações dentro e fora do país.
Na noite de ontem, o ato contra o impeachment terminou em conflito com a Polícia Militar em São Paulo e Brasília. Houve feridos e detidos durante as manifestações.
A votação do impeachment foi repercutida em vários países, dentre eles Estados Unidos, França, Espanha, Alemanha e Argentina. Em resposta à decisão dos senadores, Equador e Bolívia retiraram seus embaixadores do Brasil no final do dia de ontem.
Durante a cerimônia de posse, Michel Temer rejeitou qualquer acusação de golpe, exaltando a legalidade do impeachment por estar previsto na Constituição.
Foto: por Senado Federal (Flickr)